segunda-feira, 14 de outubro de 2019

UM PROPÓSITO EM SUA ESTRATÉGIA FARÁ TODA A DIFERENÇA NO SEU RESULTADO

Em um artigo na Harvard Business Review os professores, Thomas Malnight, Ivy Buche e Charles Dhanaraj, recomendam que as empresas tenham um propósito como principal driver de seu planejamento e desdobramento estratégico.
Neste sentido o termo propósito define-se como uma intenção de alcançar algo, mas com destaque para os aspectos qualitativos desta expectativa. É uma resolução organizacional de onde se quer chegar no sentido mais amplo.
As empresas há muito são incentivadas a incorporar um propósito ao que fazem. Mas geralmente este termo é mencionado como um complemento - uma maneira de criar valor compartilhado, melhorar a moral e o comprometimento dos funcionários, retribuição à comunidade e ajudar o meio ambiente.
Porém, ao pesquisarmos as empresas de alta performance, começamos a reconhecer que muitas delas haviam mudado o propósito da periferia de sua estratégia para seu núcleo - onde, com liderança comprometida e investimento financeiro garantido, elas o usavam gerar crescimento sustentável e lucrativo, permanecendo relevante em um mundo em rápida mudança e aprofundando suas relações com seus stakeholders.
O que aprendemos nestas organizações foi que o propósito desempenhava dois papéis estratégicos importantes: ajudou as empresas a redefinir o campo de atuação e permitiu que elas reformulassem sua proposta de valor. E isso, por sua vez, permitiu que eles superassem os desafios de baixo crescimento e pouca lucratividade.
Qual é a principal diferença entre empresas de baixo e alto crescimento?
As primeiras passam a maior parte do tempo lutando por participação de mercado em um cenário restrito, o chamado oceano vermelho, o que naturalmente restringe seu potencial de crescimento. E, como as batalhas mais agressivas ocorrem em segmentos que estão desacelerando, os ganhos em participação de mercado têm um alto custo, muitas vezes diminuindo os lucros e a vantagem competitiva à medida que as ofertas e promoções se tornam ineficazes.
Porém as empresas de alto crescimento, não se sentem limitadas ao seu campo de atuação atual. Em vez disso, eles pensam em ecossistemas inteiros, onde interesses e relacionamentos conectados entre várias partes interessadas criam mais oportunidades. Mas essas empresas não abordam os ecossistemas ao acaso. Eles deixam o propósito ser o seu guia, sua conexão com os seus potenciais clientes.
Quando confrontadas com a evasão das margens em um mundo onde as novidades rapidamente se tornam commodities, as empresas geralmente aprimoram suas propostas de valor inovando em produtos, serviços ou modelos de negócios. Isso pode trazer vitórias rápidas, mas é uma abordagem transacional voltada para prevalecer na arena atual. Uma abordagem orientada a propósitos facilita o crescimento em novos ecossistemas, permite que as empresas ampliem sua missão, criando uma proposta de valor holística e ofereça benefícios permanentes aos clientes.
As empresas podem fazer sua transformação para gestão por propósitos de três maneiras conjuntas: respondendo às tendências, construindo confiança e concentrando-se nos pontos problemáticos.
Já os líderes e empresas que definiram efetivamente o propósito corporativo geralmente o fazem com uma de duas abordagens: retrospectiva ou prospectiva.
A abordagem retrospectiva baseia-se na razão existente de uma empresa. Exige que você olhe para trás, codifique o DNA organizacional e cultural e compreenda o passado da empresa. O foco do processo de descoberta é interno. De onde viemos? Como chegamos aqui? O que nos torna únicos para todas as partes interessadas? Onde nosso DNA abre oportunidades futuras em que acreditamos? Esses são os tipos de perguntas que os líderes precisam fazer.
Na abordagem prospectiva o foco é a disruptivo com o passado e conduz a organização a uma transformação na cultura, estratégia e visão de como as coisas podem ser no futuro. Este tipo de abordagem é útil para os CEOs que querem trazer algo novo para uma estrutura anacrônica que pode estar destinada a deixar de existir se permanecer na direção atual.
Os líderes precisam pensar muito sobre como tornar o propósito o objetivo central de sua estratégia. As duas melhores táticas para fazer isso são transformar a agenda de liderança e disseminar o propósito por toda a organização, assegurando sua compreensão e o engajamento das pessoas.
O que recomendamos é um esforço único. Os líderes precisam avaliar constantemente como o propósito pode orientar a estratégia e precisam estar dispostos a ajustar ou redefinir esse relacionamento à medida que as condições mudam. Isso exige um novo tipo de foco dinâmico e sustentável, mas o valor que ele pode gerar será o diferencial para a empresa no futuro.
Bibliografia:
MALNIGHT, Thomas W.; BUCHE, Ivy; DHANARAJ, Charles. Put Purpose at the CORE of Your Strategy. HARVARD BUSINESS REVIEW, v. 97, n. 5, p. 70-79, 2019.

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